TEOLOGIA INCLUSIVA
Teologia Inclusiva
Ana Patrícia Barbosa da Silva
A autora do artigo é aluna do STPN, Seminário Teológico
Pentecostal do Nordeste, Recife, Pernambuco.
Resumo-
A família é a celular máter da sociedade, definição comum nos meios sociais.
Segundo os padrões divinos é constituída por homem e mulher que reproduzem os
filhos. Não diferente de tempos passados essa instituição tem sido afrontada em
seus princípios morais e os seus padrões éticos distorcidos. O termo família
tem alcançado definições que não correspondem com o projeto determinado por
Deus. A Teologia Inclusiva ganha proporções maiores na atualidade e a igreja
precisa se posicionar diante dessas questões. O presente artigo tem como
proposta definir o termo Teologia Inclusiva, seus pontos de vistas e sua crença
confrontado-as com as Escrituras.
PALAVRAS-CHAVES
Cosmovisão cristã, Teologia Inclusiva, homoafetividade.
INTRODUÇÃO
O
padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre
um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa
duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida
celibatária. À luz da Palavra de Deus, relações sexuais entre pessoas do mesmo
sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado
e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, no tempo que
vivemos estão querendo moldar os valores cristãos ao relacionamento homossexual
como pratica comum supostamente compatível com a vida cristã. Há diversas
formas de abordagens teológicas tentando admitir o relacionamento homossexual
tanto masculino como feminino para que possam ser aceitos como parte da Igreja
e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão. Porém,
a a Palavra de Deus nos diz:"Não se enganem, não herdarão o reino de Deus
os imorais, os que adoram ídolos, os adúlteros, os homossexuais, os ladrões, os
avarentos, os bêbados, os difamadores, os marginais. Alguns de vocês eram
assim. Mas foram lavados do pecado, separados para pertencerem a Deus e aceitos
por ele por meio do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus"
(Apóstolo Paulo em 1 Co 6.9 a 11 – BLH)
ORIGEM
Quando
vemos ou lemos sobre as conquistas do movimento gay (palavra inglesa que
significa alegre como adjetivo, e homossexual como substantivo) não imaginamos
que até a década de 1950 não havia nenhum movimento organizado por homossexuais
em prol dos seus “direitos”. Em apenas 50 anos, os homossexuais saíram do
aparente anonimato, para defensores dos direitos humanos. Apesar de contrário a
outros movimentos sociais não foi espontâneo, mas foi cuidadosamente planejado
e executado, visando através da frase utilizada pelos seus militantes “o mundo é Gay” a homossexualização da
sociedade. Para neutralizar a oposição da igreja, intelectuais e teólogos
envolvidos nessa militância lançaram as bases do que hoje chamamos de “Teologia Cristã Gay” ou “Teologia Inclusiva”, movimento
desenvolvido na década de 1950 nos Estados Unidos e Europa. Tudo começou quando
denominações importantes ordenaram homossexuais. Pastores e padres realizaram
casamento de pessoas do mesmo sexo, Igrejas invadidas e tumultuadas por
ativistas homossexuais, Debates sobre homossexualismo dividiam congregações ao
meio, porém a estratégia discreta que o movimento dos direitos homossexuais
adotou no começo teve pouca oposição porque a maioria dos cristãos não tinha
conhecimento e pouco se falava sobre homossexualismo nos púlpitos americanos.
A PRIMEIRA DENOMINAÇÃO A FAVOR DO
HOMOSSEXUALISMO
Em seis de outubro de 1968, doze
pessoas responderam a um convite colocado no The Advocate (um jornal de
orientação homossexual) para tornarem-se membros em uma igreja para
homossexuais recém-formada. O anuncio foi colocado por um ex-pastor pentecostal
de 28 anos de nome Troy Perry. Ele começou a reunir na sala de sua casa, em Los
Angeles, todos os interessados na busca da fé cristã que não se enquadravam nos
padrões ortodoxos da Igreja Católica ou Protestante. Eram, em sua maioria,
negros, mães solteiras e homossexuais. Assim foi fundada a Metropolitan
Community Church ─ ou Igreja da Comunidade Metropolitana. A Igreja da Escócia,
Igreja Presbiteriana dos EUA apesar de tradicionais resolveram ordenar
homossexuais. No Brasil temos a Igreja Contemporânea já possui 6 templos no Rio
de Janeiro e um em Minas Gerais. Igreja comunidade metropolitana em Mato
Grosso. E a mais recente a igreja Comunidade Cidade de Refúgio.
PRINCIPAIS
LÍDERES
Troy Perry foi o
pioneiro na revolução sexual dentro das igrejas. No fim da década de 1960.
Quase trinta anos depois, o Rev. Perry ainda é um dos líderes mais
influentes do Movimento Gay Cristão. A denominação que Perry fundou naquela
tarde de outubro – a Universal Churches (UFMCC) – é, segundo ele, “a maior
organização que alcança as vidas de homens e mulheres homossexuais no mundo.”
Hoje no mundo todo existem perto de trezentas igrejas da UFMCC. Como o maior
difusor do evangelho inclusivo uma de suas frases é "Eu tomei a decisão de que se
Deus não podia amar-me [por ser homossexual], então eu tampouco podia amá-lo"
(frase dita quando foi excomungado de sua igreja por manter-se no
homossexualismo). Hoje ele está aposentado, mas ainda exerce muita influência
em sua comunidade, com mais de 60.000 membros em 300 igrejas de 22 países ao
redor do mundo (inclusive no Brasil).
Guy Erwin (um
homem abertamente homossexual) foi eleito pela Igreja Evangélica Luterana da
América, para que se tornasse bispo, ou seja, o primeiro bispo luterano gay.
Luiz Mott, doutor
em Antropologia e presidente do “Grupo Gay da Bahia”, considerado o maior
mentor intelectual do Movimento Gay no Brasil, utiliza argumentos teológica,
histórica e cientificamente inconsistentes. Esses argumentos são, na verdade,
importados dos Estados Unidos e da Europa, onde nasceu e se desenvolveu a
chamada “Teologia Gay”.
CONTRADIÇÕES TEOLÓGICAS
Perspectiva Teologia Inclusiva x
Teologia Tradicional
Para tornar válido seu
comportamento, os militantes homossexuais recorrem a todo tipo de argumentação.
A princípio os menos informados acham suas declarações incontestáveis. Puro
engano. Na verdade, esses argumentos não resistem a uma análise mais profunda e
desprovida das motivações que estão por trás da maioria das afirmações dos
mentores do movimento gay, incluindo sua teologia.
Jorge Garcia é Psicanalista e membro da Igreja
Cristã Contemporânea define a Teologia Inclusiva, como a própria denominação
sugere, “é um ramo da teologia tradicional voltado para a inclusão,
prioritariamente, das categorias socialmente estigmatizadas como os negros, as
mulheres e os homossexuais.
O pilar central dessa teologia encontra-se no amor de Deus pelo homem,
amor que, embora eterno e incondicional, foi negado pelo discurso religioso ao
longo de vários séculos. A Teologia Inclusiva contempla uma lacuna deixada
pelas estruturas religiosas tradicionais do Cristianismo, pois, por meio da
Bíblia, compreende que todos os que compõem a diversidade humana, seja ela qual
for, têm livre acesso a Deus por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz. Há
um equivoco sobre a Teologia Inclusiva achando que ela quer tomar todos os
homossexuais. Isto é um pensamento muito limitado.
A Teologia Inclusiva não é um movimento pró-homossexual e contra a
família. Pelo contrário: nas igrejas inclusivas congregam não apenas pessoas
homossexuais, mas heterossexuais e suas famílias. Não existe igreja gay, como
alguns insistem em dizer, assim como não existe igreja hétero. Essa afirmação
apenas prova o desconhecimento do que é uma Igreja Inclusiva. Os homossexuais
ainda lutam pelo direito de inclusão nas variadas estruturas religiosas cristãs
no Brasil e no mundo. A igreja inclusiva busca demonstrar, pelas Escrituras
Sagradas, que a homossexualidade é tão natural quanto à cor da pele ou dos
olhos, por exemplo. “Isto não é uma nova teologia, mas sim um aspecto teológico
fundamentado na dignidade da pessoa humana, nas necessidades individuais de
homens e mulheres e na valoração da identidade de cada ser humano, criado à
imagem e semelhança de Deus”. [1]
Para a teologia inclusiva Romanos 1:25-27.”Trocaram a verdade de Deus pela
mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador,
que é bendito para sempre. Amém.Por causa disso Deus os entregou a paixões
vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por
outras, contrárias à natureza.Da mesma forma, os homens também abandonaram as
relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros.
Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si
mesmos o castigo merecido pela sua perversão”, . Paulo mostra um
quadro de rebelião contra Deus, mostrando detalhes de promiscuidade. O
capítulo inteiro é sobre rebelião contra Deus e Seu propósito para as nossas
vidas, não sobre atos homossexuais. Isto não pode ser aplicado àqueles cuja
natureza é conectar-se e construir uma família com outra pessoa do mesmo sexo.
Em Rm 1:29-31 o apóstolo usa uma série de adjetivos para descrever as pessoas a
quem se refere: “Pessoas invejosas, gananciosas. Homicidas, rivais,
presunçosas, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos;
desobedientes etc.” Se você é gay e não se vê dentr dessa descrição de Paulo,
se você deseja seguir a vontade de Deus, se casar e viver debaixo da graça e
felicidade do Pai, tenha a plena convicção que a carta de Paulo aos Romanos não
fala sobre você. Isso não se refere homoafetividade.
Referente aos textos de Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os
efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados,
nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. 1Co 6:10
Os defensores da Teologia Inclusiva alegam que o
maior problema que eles tem são as traduções tendenciosas que a Bíblia teve
durante os anos. Afirmam também que maior verdade sobre esses versículos é que
o Apóstolo Paulo estava exortando sobre vícios que afastavam o povo do plano
perfeito de Deus para suas vidas. E sabemos que a homoafetividade não é um
vício, mas sim uma verdade. A orientação sexual não é algo que possa ser
escolhido. Ele mais uma vez aborda sobre os prostitutos cultuais, aqueles que
abandonam a verdade de Deus.Cabe a você, cristão, buscar sempre entender o contexto
por tras da Bíblia, o significado tradicional dos textos e buscar, na luz do
Espírito Santo, a forma de aplicar a mensagem nos dias atuais.
Na perspectiva bíblica observamos que há uma tentativa de
reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade.
Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava
condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e
mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à
natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com
homens e mulheres com mulheres –, “cometendo torpeza” e “recebendo a merecida
punição por seus erros”. E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo
deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam,
visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações
homossexuais, quer entre homens ou mulheres.
É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados
efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral
fraco (malakoi, pessoa “macia” ou “suave”) e que praticam a imoralidade
em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo).
Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências à impuros e adúlteros,
que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na
verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual –
este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores
como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter
coito com outro homem.
Nós cristãos que temos a Bíblia como infalível e inerrante
Palavra de Deus, não podemos aceitar a pratica homossexual, a não ser
considerá-la pecaminosa tanto quantos os demais atos abomináveis ao Senhor como
idolatria, adultério etc, a Bíblia não trata o homossexualismo como um pecado
sem perdão isso aconteceu no passado e está voltando hoje, o único pecado para
qual não há perdão é a blasfêmia contra o Espírito Santo. A mensagem da Bíblia
é esta: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, conforme Romanos 3.23.
Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus
Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.
É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra
homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa.
Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e
respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e
que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da
existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou
transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de
leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples
manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento
ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união
homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento
de um novo conceito de família. No Brasil, o
reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e
outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: “Para efeito
da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento”
(Art. 226, § 3º).
Os cristãos que recebem a Bíblia como Palavra de Deus deve
obedecê-la, até mesmo respeitando as autoridades como constituídas por Deus,
mas não podemos ser favoráveis a qualquer lei que vá de contra a verdade das
Escrituras. Mais vale obedecer ao Deus do que aos homens.
A IGREJA E OS HOMOSSEXUAIS
Toda argumentação aqui apresentada visa combater os falsos
ensinos que a militância gay vem divulgando, sabemos que muitos homossexuais
não fazem ideia desses argumentos. Sabemos que muitos desejam na verdade
abandonar esse comportamento, mas não sabem como. Por isso, precisam ser
acolhidos, respeitados como pessoas e encaminhados ao conhecimento de Cristo.
Joe
Dallas, em seu livro A operação do Erro, publicado pela Editora Cultura
Cristã, leva-nos a uma interessante reflexão sobre o papel da Igreja para com
os que desejam deixar o homossexualismo: "Entretanto, quando eles são
trazidos para fora da ilusão, quem está esperando por eles? A Igreja está sendo
como o pai do filho pródigo, correndo para encontrá-lo no meio do caminho e
celebrar o seu retorno? Ou será que o Corpo de Cristo está sendo melhor
representado pelo irmão mais velho, justo em si mesmo, distante e frio, que não
quer se envolver? Ao abordar o problema do homossexualismo, talvez essas sejam
as perguntas mais importantes a serem feitas." Infelizmente, porque uma
grande parte da Igreja não está cumprindo seu papel neste sentido, precisamos
ouvir coisas como as que Troy Perry, líder da maior igreja gay cristã do mundo,
disse e que Joe Dallas registra: "Se a Igreja tivesse realmente feito seu
trabalho missionário, não creio que a MCC (Metropolitan Community Church)
jamais tivesse vindo a existir."
CONCLUSÃO
A
igreja precisa estar preparada para responder de forma, clara e consistente aos
assuntos atuais e que a sociedade deseja resposta. O Evangelho do Senhor
Jesus é por si inclusivo, não fazendo assim acepção de pessoas, porém todo
pecado é abominável aos olhos do Senhor Deus não menor ou maior. Como está
escrito: Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, mas há uma
superabundante graça que todos que confessam e deixam alcançam misericórdia. A
graça salvadora na pessoa do Senhor Jesus é para todos quantos o reconhecem
como suficiente.
Não há desvio no caminho proposto pelo Senhor,
não há meio termo na interpretação da Palavra, seja anátema todo que assim
procede. Que o Senhor nos ajude a proclamar essa verdade na essência, sem meios
termos. Ainda que nos custe alto preço o maior já foi pago na cruz do calvário
BIBLIOGRAFIA
1. http://teologiaeinclusao.blogspot.com.br/
Joe Dallas, A operação do
erro (Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1998) p. 237
2.
http://tempora-mores.blogspot.com.br/Um engano
chamado teologia inclusiva.htm
3.www.monergismo.com/textos/
homossexualismo/teologiagay.htm
4. http://www.cristianismohoje.com.br/artigos/teologia
inclusiva
5. GEISLER Norman L. Ética Cristã. Homossexualidade.
Ed. Vida Nova.2ª Edição