ORDENAÇÃO FEMININA: O que a Biblia diz?
ORDENAÇÃO FEMININA: O papel da mulher no
corpo de Cristo
Aluno Massimo Oldani
Pr. Professor Jonas Silva
Resumo: A questão aqui a ser apresentada e
eventualmente discutida é a posição, o melhor, o papel da mulher cristã na
igreja dos dias atuais. A base do papel da mulher não surge e não surgiu hoje
mas é encontrada no relato bíblico desde Genesis. Vemos consequentemente também
os debates e opiniões sobre esse assunto que mais e mais está chegando a porta
de nossas igrejas. Talvez não esteja ainda discutido e/ou proposto seriamente e
claramente segundo as Escrituras, nos bancos e nos púlpito, mas creio vai ser
um assunto que os cristãos brasileiros não podem deixar do lado ainda por muito
tempo. Devemos assumir a responsabilidade de nossa posição de pensamento sobre
o papel da mulher na igreja, respeitar outras posições teologicas mas estar
firme naquilo que a Palavra de Deus diz a respeito do papel da mulher na
igreja. (Is 40.8 “seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus
permanece eternamente.”
Palavras-chave: governo eclesiástico, administração da
palavra de Deus, autoridade, pastoras, diaconisas
1 INTRODUÇÃO:
Governo eclesiástico: Segundo Calvino o poder
eclesiástico só é legitimo se este servir a edificação da Igreja. Edificação,
para o reformador, diz respeito à administração da Palavra de Deus. Tal poder
pode ser bem definido como a administração da Palavra de Deus. Porque foi
delimitado por Jesus Cristo, quando ele ordenou a seus apóstolos que ensinassem
a todas as nações o que lhes havia ordenado. Lei esta que eu gostaria que os
que devem governar a igreja de Deus conhecessem bem, isto é, que conhecessem bem
os que lhes é ordenado. Dessa maneira, a dignidade dos verdadeiros pastores
seria mantida integralmente, e os que tiranizassem com injustiça o povo de Deus
não se gloriariam falsamente do seu poder. Observamos também que Calvino chama
de pastores aqueles que exercem o poder eclesiástico. Em suma, para Calvino, a
autoridade ou poder eclesiástico é dos que se ocupam do ministério da Palavra
de Deus a quem ele chama de pastores. Não somente isto, mas a autoridade destes
procede unicamente da Palavra de Deus. Ele explica: Eis aí o poder eclesiástico
claramente exposto, poder outorgado aos pastores da igreja, qualquer que seja o
nome pelo qual são chamados. O que se requer deles é que, pela Palavra de Deus,
pela qual eles são constituídos administradores, corajosamente ousem enfrentar
todas as coisas e constranjam toda glória, altivez e poder deste mundo a
obedecer e a sucumbir à majestade divina; que pela mesma Palavra eles tenham o
comando sobre todo o mundo, edifiquem a casa de Cristo e destruam o reino de Satanás;
que apascentem as ovelhas e matem os lobos; que conduzam os dóceis mediante
ensinamentos e exortações; que se imponham aos rebeldes e obstinados e os
corrijam; que liguem e desliguem, tosquiem e fulminem; mas tudo baseados na
Palavra de Deus.
Por que as mulheres não podem ser sacerdotes?
Os promotores do sacerdócio feminino procuraram
argumentos de índole bem variada para sustentar sua proposta. Entre todos eles,
se põem especial ênfase naqueles que manifestam maior seriedade. 1) Adaptação
da Igreja às características da sociedade moderna: Depois de séculos de
opressão, a mulher se situa hoje em uma atitude reivindicadora (o desejo de
outorgar-lhes o sacerdócio não procede, entretanto, de uma emancipação
feminista, senão que foi promovido por eclesiásticos, principalmente). A Igreja
deve acolher institucionalmente e a todos os níveis essa atitude, e superar
assim seu passado antifeminista. Aqui, é facilmente observável tão só uma
concepção humana da Igreja, como se ela pudesse reiterar sua essência constitutiva.
Sua estrutura fundamental não deriva da sociedade, ou da cultura, ou da
mentalidade do seu tempo. A Igreja não pode pretender fazer-se acreditável ou
aceitável para os homens deixando de lado o que ela é mesmo se houvesse uma
maioria que reclamasse tal opção: como Cristo, será sempre o não da
contradição, necessidade para alguns e escândalo para outro, fiel à vontade
divino expressado pela Revelação, conservada em sua fé e em sua vida de modo
contínuo e homogêneo, por vinte séculos, com a assistência do Espírito Santo.
2) Igualdade de direitos entre o homem e a mulher: É muito justo falar sobre a
igualdade de direitos do homem e da mulher na sociedade civil, baseado na sua
condição de pessoas, e baseado em que a natureza humana é uma e a mesma no
homem e na mulher. Também é muito justo falar sobre a igualdade radical de
todos os fiéis em Cristo: igualdade em sua comum dignidade de filhos de Deus
pela graça, igualdade na vocação universal à santidade e a bem-aventurança no
Céu, igualdade também do dever fundamental de cooperar ativamente na salvação
das almas. Tudo isso comporta também uma certa igualdade de direitos na Igreja
(entretanto aqui convêm ter uma certa cautela ao falar de direitos: porque,
nesta ordem sobrenatural, dependem do que Deus tenha querido livremente
conceder-lhe). Todos os fiéis -tanto o homem como a mulher- foram igualmente
regenerados por Cristo no batismo e feitos participantes da sua missão
salvadora. Entretanto, nenhum fiel, nem homem, nem mulher tem realmente nenhum
direito ao sacerdócio ministerial. Como no caso da eleição dos apóstolos e do
apóstolo dos gentios, é Deus quem chama ao sacerdócio a quem quer, quando quer
e como quer: "Ninguém se atribua essa dignidade, se não é chamado por
Deus, como Aarão". A ordenação sagrada não está na linha dos direitos dos
fiéis, não é como o desenvolvimento do sacerdócio comum de todos. O sacerdócio
ministerial é um dom peculiar, pelo que Cristo chama a alguns para que operem
em Seu nome, com Sua autoridade, para prestar à Igreja um ministério peculiar.
Como gratuitas e não devidas aos homens foram a Encarnação e Redenção,
gratuitas e não devidas são as condições estabelecidas por Deus para escolher a
alguns para o ministério sacerdotal. Isso não se opõe a igualdade fundamental
dos fiéis, nem divide aos cristãos em duas categorias: argumentar de outro modo
seria cair em um clericalismo demagógico. 3) A proibição procede de uma cultura
e uma mentalidade pagã: Os promotores do sacerdócio feminino argumentam que
Cristo escolheu somente homens pelas condições sociais da época e da influência
da mentalidade pagã. A escolha de homens seria simplesmente um acontecimento
histórico superável. Ainda mais, mesmo que houvesse influências pagãs na
primitiva cristandade -dizem-, se conferem determinados ministérios às
mulheres. O Senhor escolheu como apóstolos a doze homens. Havia mulheres que o
seguiam e serviam - algumas mais fiéis e enérgicas que os apóstolos-, mas não
as chamou para o ministério sacerdotal. Por outro lado é vão afirmar que a eleição
exclusiva de homens foi um acidente e não uma manifestação de uma vontade
querida e perdurável: a Palavra de Deus. A menção de que a mentalidade pagã
dificultava a elevação da mulher ao magistério sacerdotal, está mal
fundamentada, logo não é certa: precisamente no mundo pagão contemporâneo da
Igreja primitiva eram frequentes as sacerdotisas, as vestais, etc., entretanto,
as diaconisas da Igreja realizavam somente ofícios assistenciais, de preparação
catequética, etc. Não há precedente algum do sacerdócio da mulher.
Ordenação de Pastora : O que a Bíblia diz?
. O que nos preocupa é que a pergunta “Podem
mulheres ser ordenadas para servir como pastoras e diaconisas?” nem sempre tem
sido respondida em termos de exegese bíblica das passagens do Novo Testamento
que estão diretamente relacionadas com o assunto. Em última análise, só podemos afirmar com certeza, a partir de Romanos
16.7, que, quem quer que tenha sido, Júnias era uma pessoa tida em alta conta
por Paulo, e que ajudou o apóstolo em seu ministério. Não se pode afirmar com
segurança que era uma mulher, nem que era uma “apóstola”, e muito menos uma
como os Doze ou Paulo. A passagem, portanto, não serve como evidência bíblica
para a ordenação feminina no período apostólico. E essa conclusão está em harmonia
com o fato de que Jesus não escolheu mulheres para serem apóstolos. Não há
nenhuma referência indisputável a uma “apóstola” no Novo Testamento. Não se
pode discordar de que o Evangelho é o poder de Deus para abolir as injustiças,
o preconceito, a opressão, o racismo, a discriminação social, bem como a
exploração machista. E nem se pode discordar de que Cristo veio nos resgatar da
maldição imposta pela queda. A pergunta é se Paulo está falando da abolição da
subordinação feminina e de igualdade de funções nesta passagem, (Gl 3.28) ou
seja, se está dizendo que as mulheres podem exercer os mesmos cargos e funções
que os homens na Igreja, já que são todos aceitos sem distinção por Deus
através de Cristo, pela fé. Paulo escreveu Gálatas para responder a questões levantadas pela doutrina
da justificação pela fé em Cristo em face às demandas da lei de Moisés, e ao
papel da circuncisão, do calendário religioso dos judeus, e das suas leis
dietárias. No capítulo 3 Paulo está expondo o papel da lei de Moisés dentro da
história da salvação, que foi o de servir de aio, para nos conduzir a Cristo
(Gl 3.23-24). Com a vinda de Cristo, continua o apóstolo, os da fé não mais
estão subordinados à lei de Moisés: pelo batismo pertencem a Cristo (3.25-27).
A abolição das diferenças mencionadas no versículo em questão (3.28) é em
relação à justificação pela fé. Todos, independente da sua raça, cor, posição
social e sexo, são recebidos por Deus da mesma maneira: pela fé em Cristo.
Portanto, Gálatas 3.28 não está tratando do desempenho de papéis na igreja e na
família, mas da nossa posição diante de Deus. O assunto de Paulo, portanto, não
são as funções que homens e mulheres desempenham na Igreja de Cristo, mas a
posição que todos os que creem desfrutam diante de Deus, isto é, herdeiros de
Abraão e filhos de Deus. Quem defende o pastorado feminino cita esta passagem
(At 2.16-18) do sermão de Pedro, no dia de Pentecostes, quando ele cita o
profeta Joel para explicar o que acabara de acontecer consigo, e com os demais
discípulos de Jesus em Jerusalém, quando o Espírito Santo veio sobre eles (At
2.1-4). Pedro inclui as filhas e as
servas, tanto quanto os filhos e servos na recepção do dom do Espírito Santo.
Então argumentam-se que não pode haver qualquer distinção quanto ao serviço a
Deus baseada em sexo, já que as mulheres receberam o mesmo Espírito (e
certamente, os mesmos dons) que os homens, o qual foi dado para capacitar a
Igreja ao serviço. Pentecostes argumentam-se, é a abolição das distinções de gênero na
Igreja, pois ao dar às mulheres o mesmo Espírito que aos homens, Deus mostrou
que elas devem ser admitidas aos mesmos níveis de serviço que eles. . Se as mulheres exerceram os mesmos
ministérios que os homens no período da Igreja apostólica, por que não há
nenhuma menção no Novo Testamento de apóstolas, pastoras ou bispas? Por que não
há qualquer recomendação de Paulo quanto à ordenação de mulheres, quando
instrui Timóteo e Tito quanto à ordenação de presbíteros? Basta uma leitura
superficial das qualificações exigidas por Paulo em 1 Timóteo 3.1-7 e Tito
1.5-9 para se ter à impressão de que o apóstolo tinha em mente a ordenação de
homens: o oficial deve ser marido de uma só esposa, deve governar bem a sua
casa e seus filhos (função do homem, nos escritos de Paulo, cf. Efésios 5.22-24). Passagens do Novo Testamento que impõem
restrições ao Ministério feminino: Vejamos outras passagens do Novo
Testamento igualmente relevantes para a discussão, e que impõem restrições ao
ministério feminino nas igrejas locais. É verdade que nenhuma delas diz
explicitamente que mulheres não podem ser ordenadas como, pastoras, ou bispas.
Entretanto, todas elas impõem restrições ao ministério feminino, e exigem que
as mulheres cristãs estejam submissas à liderança masculina. Essas restrições
têm a ver primariamente com o ensino por parte de mulheres nas igrejas. Já que
o governo das igrejas e o ensino público oficial nas mesmas são funções de
presbíteros e pastores (cf. 1 Tm 3.2,4-5; 5.17; Tt 1.9), infere-se que tais
funções não fazem parte do chamado cristão das mulheres. Cabeça: autoridade sem superioridade (I Co 11.
3-16) A argumentação de Paulo para fundamentar sua orientação vem de duas
direções. Primeiro, Paulo argumenta teologicamente, a partir da subordinação de
Deus Filho a Deus Pai. O Pai é o cabeça de Cristo, que por sua vez, é o cabeça
do homem, e o homem o cabeça da mulher. Tomando-se (“cabeça”) em seu sentido
mais natural, de “autoridade”, o que temos é uma declaração de Paulo de que
Deus tem autoridade sobre Cristo, Cristo tem autoridade sobre o homem, e o
homem tem autoridade sobre a mulher. Assim como Pai e Filho, que são iguais em
poder, honra e glória, desempenham papéis diferentes na economia da salvação (o
Filho submete-se ao Pai), homem e mulher se complementam no exercício de
diferentes funções, sem que nisto haja qualquer desvalorização ou inferiorização
da mulher. O conceito de subordinação
de uns a outros tem a ver apenas com a maneira pela qual ordenou a sociedade, a
família e a igreja. A passagem de I Timóteo 2.
11-15 é provavelmente a passagem mais importante
para a discussão sobre o ministério feminino ordenado. A interpretação histórica da passagem é que,
aqui, o apóstolo Paulo determina que as mulheres crentes de Éfeso aprendam a
doutrina cristã em silêncio, submetendo-se à autoridade eclesiástica dos que
ensinam — no contexto, homens (v.11). A causa apresentada pelo apóstolo é dupla: Deus primeiro formou o homem,
e depois a mulher (v.13). E ela foi iludida por Satanás e pecou (v. 14). . O
que Paulo quer dizer com “ensinar”? O ensino de Paulo neste versículo
torna-se mais claro quando entendido à luz desta reconstrução. Vejamos com mais
detalhes alguns dos pontos mais decisivos de 1 Timóteo 2.12: Primeiro, Paulo
diz não permitir que a mulher ensine nas igrejas. Ensinar, no Novo Testamento é
uma atividade bem ampla. Todos os cristãos podem ensinar, quer, por exemplo,
quer pelo seu testemunho, quer em conversação. O
próprio apóstolo determina que as mulheres idosas ensinem as mais novas a
amarem seus maridos (Tt 2.3-5). Assim, fica claro que Paulo não está passando
uma proibição geral. Mas, então, o que ele está proibindo? Transparece do texto
que ele não permite que a mulher, em posição de autoridade, ensine os homens.
Nas Cartas Pastorais, ensinar sempre tem o sentido restrito de instrução
doutrinária autoritativa, feita com o peso da autoridade oficial dos pastores e
presbíteros (1 Tm 4.11; 6.2; 5.17). Ao que tudo indica, algumas mulheres da
igreja de Éfeso, insufladas pelo ensino dos falsos mestres, estavam querendo
essa posição oficial para ensinar nas assembléias cristãs. Paulo, porém,
corrige a situação determinando que elas não assumam posição de liderança
autorizada nas igrejas, para ensinarem doutrina cristã nos cultos, onde
certamente homens estariam presentes. Paulo não está proibindo todo e qualquer
tipo de ensino feito por mulheres nas igrejas. Profetizas na igreja apostólica
certamente tinham algo a dizer aos homens durante os cultos. Para o apóstolo, a
questão é o exercício de autoridade sobre homens, e não o ensino. O ministério
didático feminino, exercido com o múnus da autoridade que ofícios de pastor e
presbítero emprestam, seria uma violação dos princípios que Paulo percebe na
criação e na queda. O ensinar que Paulo não permite é aquele em que a mulher
assume uma posição de autoridade eclesiástica sobre o homem. Isso é evidente do
fato que Paulo fundamenta seu ensino nas diferenças com que homem e mulher
foram criados (v. 13), e pela frase “autoridade sobre o homem” (v. 12b). Um
equivalente moderno seria a ordenação como ministro da Palavra, para pregar a
Palavra de Deus numa igreja local. O
que Paulo quer dizer com “exercer autoridade”? A palavra em questão
encaxa-se no contexto geral do ensino paulino, onde a
autoridade didática e o governo nas igrejas é função dos homens cristãos. A
proibição de exercer autoridade sobre os homens exclui as mulheres do ofício de
presbítero, que é essencialmente o de governar e presidir a casa de Deus (1 Tm
3.4-5; 5.17), embora não as exclua de exercer outras atividades nas igrejas. O
caráter permanente do ensino de Paulo: Uma outra consideração é que Paulo,
tanto em 1 Coríntios 11 quanto em 1 Timóteo 2, fundamenta sua orientação quanto
ao comportamento apropriado das mulheres cristãs nas igrejas, não em
considerações condicionadas culturalmente, mas em princípios inerentes à
própria humanidade. Após proibir que as mulheres ensinem e exerçam autoridade
sobre os homens (1 Tm 2.12), Paulo dá a causa para sua proibição nos versos 13
e 14. O primeiro é baseado na forma como Deus criou o homem e a mulher, ou
seja, o homem foi criado primeiro (v. 13). A sequência temporal para Paulo, tem significado teológico e
implicações práticas quanto ao ministério feminino na Igreja de Cristo. O fato
de que o homem foi criado primeiro indica sua liderança sobre a mulher. E o
fato de que a mulher foi criada em seguida, como auxiliadora, indica sua
posição de submissão (cf. Gênesis 2). Para o apóstolo, se uma mulher ensina
(prega) doutrina com autoridade sobre homens, está violando este princípio
inerente à criação. É importante observar que Paulo enraíza sua proibição nas
circunstâncias da criação, e não da queda, somente. Portanto, observa-se,
ele não considera estas restrições sobre as mulheres como sendo apenas
resultado da queda, e portanto, também não espera-se que sejam removidas com a
redenção que há em Cristo. O segundo motivo é fundamentado no fato de que não
foi Adão, mas sim Eva, quem foi iludida por Satanás e desobedeceu a ordem de
Deus (v.14). Para alguns, Paulo está citando a maneira pela qual o primeiro
casal caiu em pecado para mostrar que a mulher é mais crédula ao erro
religioso, e mais susceptível de ser enganada por Satanás (cf. 2 Co 11.3);
portanto, não deve ocupar funções de ensino doutrinário nas igrejas, para que
não caiam em heresia, e induzam outros. Embora possa haver alguma verdade neste
pensamento, é mais provável que Paulo esteja citando o incidente para mostrar o
que ocorreu quando Eva tomou a liderança que havia sido dada a Adão. Uma
leitura cuidadosa de Gênesis 3 mostra como a mulher entrou em diálogo com o
tentador (Gn 3.1-5), e como, assumindo a liderança, tomou do fruto e deu-o a
seu marido, levando-o ao pecado (3.6). As palavras do Senhor Deus ao homem,
“porque atendeste a voz da tua mulher” (3.17), soam, assim, como uma repreensão
por Adão ter aceitado a liderança da sua esposa na transgressão. E o castigo imposto por Deus à mulher, de que
seria dominada pelo homem,
encaixa-se com essa dimensão do pecado da mulher (3.16). Portanto, o que Paulo
quer mostrar em 1 Timóteo 2.13, não é que o homem não peca, ou que não pode ser
enganado por Satanás, mas sim, o que ocorre quando homem e mulher revertem os
papéis que Deus lhes determinou. O apelo de Paulo às Escrituras demonstra que,
para ele, as causas dos diferentes papéis do homem e da mulher estão enraizadas
nas circunstâncias em que a criação e a queda aconteceram, e não em demandas
provisórias das igrejas e nem em aspectos culturais da época. Resalta-se
demonstrar a importância de levarmos em
conta o ensino do Novo Testamento no debate acerca do ministério feminino
ordenado. A análise das passagens mais
usadas para defender a ordenação de mulheres ao pastorado demonstrou que elas
não dão suporte às essas pretensões,
embora certamente nos ensinem que devemos encorajar e defender o
ministério feminino em nossas igrejas. Por outro lado, essa análise das três
principais passagens usadas como evidência de que Deus não intentou que as
mulheres cristãs ministrassem nas igrejas aos homens, de uma posição de
autoridade, quer ensinando-os ou governando-os, mostrou que a interpretação
destas passagens encaixa-se nos seus contextos, honra a aplicabilidade dos
princípios bíblicos para nossos dias, e responde satisfatoriamente às objeções.
A conclusão é que não há respaldo bíblico suficiente para que se recebam
mulheres ao pastorado ou bispado de igrejas cristãs locais, onde irão, como
tais, presidir, governar, e ensinar doutrina aos homens. Na realidade, as
evidências bíblicas apontam em outra direção. Estas passagens não podem ser
ignoradas pelos que almejam o ministério ordenado de mulheres nas igrejas
evangélicas do Brasil. Os presbíteros
exerciam a autoridade e o governo nas igrejas, mas não eram absolutos. Poderiam
ser repreendidos, se falhassem (1 Tm 5.19-20), e deveriam exercer sua autoridade
não como dominadores, mas como exemplos (1 Pe 5.5). Sua autoridade era limitada
pelo ensino de Jesus e dos apóstolos, que hoje se encontram nas Escrituras. Não
poderiam ir de encontro a este ensino, como hoje presbíteros, conselhos e
concílios em geral também não podem. Nenhum concílio eclesiástico, argumentando
a partir das mudanças sociais do tempo presente, tem poderes para ir além da
Escritura, ou contradize-la, ordenando mulheres como pastoras ou bispas.
Como cristãos, que somos, devemos nos
perguntar qual é a perfeita vontade de
Deus para a mulher na família, na sociedade e na igreja? Será que Deus tem
mesmo se agradado deste movimento conhecido, mundialmente, como feminismo? Ou
será que à luz das Escrituras Sagradas, este movimento, que hoje, está
seduzindo muitas mulheres, até dentro de igrejas, que professam a fé cristã,
não é a mesma mentira do Éden, apenas com uma nova roupagem? Examinemos as
Escrituras: (Gn 3:4,5). E não é
o feminismo a mesma oferta da serpente, agora querendo igualá-la ao homem, que
é a imagem e glória de Deus?: “ O varão, pois, não deve cobrir a cabeça, porque
é a imagem e glória de Deus, mas a mulher é a glória do varão.” (1Cor:11:7). A
Bíblia nos deixa claro, que foi o próprio Deus que elegeu o homem para liderar
a família e, também para governar o seu povo, e quando isto não acontece,
podemos ter certeza que já estamos em juízo, e não que ele (o Senhor), se
agrada que mulheres estejam na liderança do seu povo: “ Os opressores do meu
povo são crianças, e mulheres estão à testa do seu governo. Ah! Povo meu! Os
que te guiam te enganam e destroem o caminho das tuas veredas.” (Is 3:11).
Portanto, o assunto que iremos tratar a seguir, fala, mais especificamente, da
posição da mulher na igreja do Senhor Jesus; não é questão de “machismo”, como
muitos podem dizer, e muito menos de “feminismo”, e sim de obedecer ou
desobedecer a Deus Criador dos céus e da terra. Desde o marco inicial da nossa
história, o que Deus nos pede é obediência, mediante a fé, em sua santa
palavra, como verdade absoluta. A
ordem de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, foi dada por Deus
diretamente ao homem, e não a mulher. (Gn 2.17) O relato bíblico que nos deixa
claro que a obrigação de orientar e ensinar a mulher nos caminhos do Senhor é
responsabilidade do homem, não o contrário, e quando isto não acontece no lar e
nem na igreja é, com certeza, incorrer na mesma transgressão do Éden. Será que Deus (que não muda), permite que,
hoje, mulheres assumam posição de liderança nas igrejas? Ou será que pastores,
que afirmam que receberam uma “nova unção”, tem mais autoridade, que a própria
autoridade das Escrituras Sagradas e podem, agora, “consagrar” mulheres para o
ministério pastoral? O que temos observado nestes últimos dias, nada mais é ,
que o cumprimento da palavra também revelada, de que viria o tempo em que a sã
doutrina não seria sofrida (2Tm 4:3,4), e que antes da volta do Senhor, para
buscar o seu povo, viria a APOSTASIA: “ Ninguém de maneira alguma, vos engane,
porque não será assim, sem que antes venha a apostasia…”(2Ts2:3a). Apostasia
que, literalmente, significa “desvio”, “afastamento” e “abandono”, ou seja,
nestes últimos dias, um grande número de pessoas, nas igrejas, tem se apartado,
da verdade bíblica, e ainda assim, acreditam, que é possível servir a Deus,
desobedecendo a sua palavra. . A
Bíblia faz referência às mulheres profetizas, juízas, rainhas e etc, mas nada
sobre sacerdotisas, e sabe por que? Porque Deus não é Deus de confusão: “
Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos
santos.” (1Cor 14:33). O
apóstolo Paulo, em algumas de suas epístolas, se preocupa com o relacionamento
correto entre o homem e a mulher, e procura manter este relacionamento como
Deus ordenou. Ele ensina que em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre o
homem e a mulher, como herdeiros da graça de Deus, mas é uma igualdade que
envolve a ordem e subordinação, no tocante à autoridade (Gl 3:28). A subordinação da mulher não é o rebaixamento
da pessoa, pelo contrário, ela mostra que o homem deve reconhecer o grande
valor que Deus atribui a mulher, e que é responsabilidade dele amá-la,
protegê-la e orientá-la, de tal maneira, que a vontade de Deus para ela no lar
e na igreja seja cumprida. E,
hoje, muitas “pastoras” querendo justificar, com base bíblica, a sua posição de
liderança nas igrejas, citam o fato de Débora ter assumido posição de liderança
em Israel: “ E Débora, mulher profetiza, mulher de Lapidote, julgava a Israel
naquele tempo.” (Jz 4:4). Mas o trecho bíblico fala por si só: Débora foi
profetiza e juíza, ela não foi sacerdotisa e o fato de Deus ter usado uma
mulher para livrar o seu povo da opressão dos seus inimigos: “ E disse ela:
Certamente irei contigo, porém não será tua a honra pelo caminho que levas;
pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. (Jz 4.9) Débora, mulher valorosa e virtuosa, foi um
“tipo” da Igreja do Senhor Jesus para os últimos dias. Ela cumpriu com
determinação e obediência as atribuições que lhe foram dadas pelo Senhor, pois
agiu, com fidelidade, exatamente, como muitas santas mulheres em nossos dias,
verdadeiras cooperadoras e ajudadoras na obra do Senhor. “Então disse Débora a
Baraque: Levanta-te, porque este é o dia em que o SENHOR tem dado a Sísera na
tua mão.” ( Jz 4:14). Débora, mesmo na
condição de juíza e profetisa em Israel, ela ainda assim, reconheceu a sua
sujeição ao “inseguro” Baraque, quando disse que o Senhor tinha dado Sísera na
mão dele e não na sua, pois como mulher de Deus que era, ela sabia que o Senhor
elegera os homens para liderarem seu povo (Is 3:12 a 14), e não mulheres. Em
nenhuma parte da Bíblia vemos o ministério pastoral feminino, ainda que a
mulher desempenhe um trabalho que se aproxime do ministério pastoral, contudo
não a torna uma pastora. Mais uma objeção frequente a esta interpretação sobre
mulheres no ministério é em relação a mulheres que ocupavam posições de
liderança na Bíblia, principalmente Miriã, Débora e Hulda no Antigo Testamento.
Esta objeção falha em perceber alguns fatores relevantes.
Primeiro, Débora era a única juíza entre
13 juízes homens. Hulda era a única profeta mulher entre dúzias de profetas
homens mencionados na Bíblia. A única ligação de Miriã com a liderança era por
ser irmã de Moisés e Arão. As duas mulheres mais importantes do tempo dos reis
foram Atalia e Jezabel – péssimos exemplos de boa liderança feminina. Mais
importante ainda, porém, a autoridade das mulheres no Antigo Testamento não é
relevante para a questão. O livro de 1 Timóteo e as Epístolas Pastorais
apresentam um novo paradigma para a igreja – o corpo de Cristo – e esse
paradigma envolve a estrutura de autoridade para a igreja, não para a nação de
Israel ou de qualquer outra entidade do Antigo Testamento. Argumentos
semelhantes são feitos usando Priscila e Febe no Novo Testamento. Em Atos 18,
Priscila e Áquila são apresentados como ministros fiéis de Cristo. O nome de
Priscila é mencionado primeiro, talvez indicando que fosse mais “importante” no
ministério do que o seu marido. No entanto, Priscila em nenhum lugar é mencionada
como participando de uma atividade ministerial que estivesse em contradição com
1 Timóteo 2:11-14. Priscila e Áquila trouxeram Apolo à sua casa e o
discipularam, explicando-lhe a Palavra de Deus com mais precisão (Atos 18:26).
Em Romanos 16:1, mesmo que Febe seja considerada uma “diaconisa” ao invés de
“serva”, isto não indica que fosse uma mestra na igreja. “Apto a ensinar” é
dado como uma qualificação aos presbíteros, mas não aos diáconos (I Timóteo
3:1-13; Tito 1:6-9). (I Timóteo 3:1-13; Tito 1:6-9). Os anciãos/bispos/diáconos
são descritos como “maridos de uma só esposa”, “um homem cujos filhos creem” e
“homem digno de respeito”. É bem claro que essas qualificações se referem a
homens. Além disso, em I Timóteo 3:1-13 e Tito 1:6-9, apenas pronomes
masculinos são usados para se referir a anciãos/bispos/diáconos. Deus ordenou
que somente homens servissem em posições de autoridade de ensino espiritual na
igreja. Isto não é porque os homens sejam necessariamente melhores professores
ou porque as mulheres sejam inferiores ou menos inteligentes (o que não é o
caso). É simplesmente a maneira que Deus designou para o funcionamento da
igreja. Os homens devem dar o exemplo na liderança espiritual – em suas vidas e
através de suas palavras. As mulheres devem ter um papel de menos autoridade.
As mulheres são encorajadas a ensinar a outras mulheres (Tito 2:3-5). A Bíblia
também não restringe as mulheres de ensinarem crianças. A única atividade que
as mulheres são impedidas de fazer é ensinar ou ter autoridade espiritual sobre
homens. Isto logicamente inclui mulheres servindo como pastoras e pregadoras.
Isto não faz, de jeito algum, com que as mulheres sejam menos importantes, mas,
ao invés, dá a elas um foco ministerial mais de acordo com o dom que lhes foi
dado por Deus.
Referencias:
Calvino,
Joao; 2006, As Institutas
Traduçao: Odayr Olivetti, Cultura Cristã,
São Paulo
V. 4, Cap. XV – 43 – Poder Eclesiástico
htpp/acidigital.com
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