sábado, 28 de setembro de 2013

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE OU CONFISSÃO POSITIVA -George Henrique Cavalcanti de Araújo

TEOLOGIA DA PROSPERIDADE OU CONFISSÃO POSITIVA
PROSPERITY THEOLOGYORPOSITIVECONFESSION
George Henrique Cavalcanti de Araújo1
Resumo: A teologia da prosperidade ou confissão positiva, com berço nos Estados Unidos, tem alcançado o mundo com seus pensamentos contrários à Palavra de Deus, tendo assim causado estragos significativos para a humanidade. Visando compreender o assunto, fez-se uma pesquisa bibliográfica, juntada a experiências práticas, a partir da qual encontrou-se como resultado o modelo implantado por tais líderes, que diz que um cristão maduro tem que desfrutar de: saúde perfeita e ser próspero materialmente, sendo sua fé e santidade fatores determinantes para a obtenção deste padrão. É necessário sondar setais práticas encontram apoio Bíblico ou apenas aproveitam-se de pessoas desprovidas da Verdade para engrossar suas fileiras.
Palavras-Chave: Fé. Saúde. Prosperidade.
Abstract: The theology of prosperity or positive confession, originated from the United States, has spread through the world with thoughts contrary to God's Word and thereby caused significant damage to humanity. To understand the matter, ​​a literary research was made, coupled with practical experiences, from which it was found as result the model implemented by such leaders, who say that a mature Christian has to be provided with: perfect health and material prosperity, being his faith and holiness factors for obtaining this standard. It is necessary to probe whether such practices are Biblical supported or just take advantage of people lacking of the Truth to thicken their ranks.
Keywords: Faith. Health. Prosperity.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho trará uma visão panorâmica sobre a teologia da prosperidade ou confissão positiva, onde abordaremos assuntos que falam da sua origem, desenvolvimento e chegada ao brasil;Bem como os pilares de apoio utilizados por seus líderes para defenderem suas práticas. Confrontaremos suas afirmações com as verdades Bíblicas, buscando assim contribuir com o verdadeiro Cristianismo.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, acompanhada de experiências vividas em uma igreja onde me converti e fui membro por alguns anos.
ORIGEM
A confissão positiva tem sua origem nos Estados Unidos, tendo como pai William Kenyon, nascido em Nova York no ano de 1867 convertido entre 15 e 19 anos de idade. O mesmo foi influenciado por Mary Baker Eddy, fundadora da seita americana ciência cristã. No entanto foi por intermédio de KenntthHagin, nascido em Texas Estados Unidos no ano de 1917,que o movimento criou força tendo hoje seguidores em todo o mundo. Isso se deu graças as experiências miraculosas vivenciadas por Hagin durante sua infância e adolescência. Ele acreditava que era necessário determinar e agir como se já tivesse recebido para poder acontecer. Suas publicações e influências diretas contribuíram para propagarem seus pensamentos heréticos.
O Brasil tem sido solo fértil para a prática de tais pensamentos. Infelizmente somos um povo ainda muito imaturo com relação as verdades Bíblicas, além do fato de devermos levar em consideração também o detalhe de sermos atraídos por novidades. Tudo isso é ferramenta importante e necessária nas mãos daqueles que querem comercializar essa verdade a favor de seus próprios interesses. Esse movimento adentrou em nossas fronteiras por volta dos anos noventas, por algumas instituições denominadas ditas “representantes religiosas”, que dentre muitas que podemos citar estão as seguintes: Igreja do Verbo da Vida, Comunidade Rema, Igreja do Verbo Vivo e em destaque R. R Soares líder da Igreja Internacional da Graça, sendo este responsável pelas publicações dos livros de Hagin. E por espantoso que possa parecer esta“ferrugem” tem se alastrado e corroído não só pequenas comunidades mas destruído muitos nascidos em ministérios tradicionais.
Em hebreus 11:1 “Ora a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem”. Esta é a definição de fé encontrada na palavra de Deus, mas como o Movimento da Fé tem explorado essa verdade? É conhecido do crente que a fé se faz necessária para nos aproximarmos de Deus, contudo o seu exagero desenfreado tem negligenciado a soberania do Altíssimo. Ensinar que o falar positivamente acerca dos fato determinará o seu acontecimento, é tão falso quanto falarmos negativamente e assim ocorrer. A bíblia mostra homens de Deus que em momentos de dificuldade pensaram de forma negativa porém seus pensamentos não se confirmaram. Ex: Jacó declara em Gn 42.36 “ José já não existe”, o fato dele ter feito essa declaração, não fez com que José morresse, da mesma forma podemos observar com Davi, em momento de receio “Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul...” O fato de ter pensado negativamente, não determinou o seu acontecimento. Sabe-se que precisamos ter fé ao orarmos, têm-se a crença também que o Deus que operou no passado continua ativo nos dias de hoje. A confissão positiva tem trocado a forma das orações, ensinando que deve-se exigir, determinar, decretar. As verdadeiras orações são regadas de súplicas, petições, rogando a Deus sem esquecer que será feita sempre a sua vontade. Hagin em uma de suas afirmações coloca a palavra pedir em pé de igualdade com a palavra exigir. Em João 14:13-14 Jesus diz, “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho”. Em outra passagem no livro de Atos 3:3 ‘Vendo ele a Pedro e João ...,implorava que lhe desse uma esmola”. A passagem é clara e mostra que quem pede coloca-se em posição inferior a quem atenderá. Quem esmola pede e nunca exige.
SAÚDE
A confissão positiva afirma que os cristãos devem ter saúde perfeita, devendo orar positivamente para que isso aconteça, sabendo que a ausência de saúde representa falta de fé ou vida em pecado. Este tipo de declaração tem causado vários problemas, levando inclusive pessoas a abandonarem tratamentos medicamentosos, contribuído dessa forma para morte muitas pessoas.Não há dúvida que Deus cura enfermidades hora por meio de um milagre ou simplesmente usando de métodos criados por Ele e passado para o homem através do conhecimento. Levar as pessoas a abolirem suas visitas periódicas aos profissionais de saúde é no mínimo irresponsável. Duas passagens bíblicas são usadas na tentativa de sustentar a argumentação da saúde perfeita: Isaías 53:4-5 e 1 Pedro 2:24. Contudo essas duas referências a cura são distintas entre si a primeira trata da cura espiritual (citando a Septuaginta), enquanto a segunda, refere-se a cuca física(citando o texto hebraico massorético), conf. Mt 8:17, Cristo cumpriu a profecia dada pelo profeta Isaías.
Na Bíblia encontramos várias passagem que trazem exemplos de homens de Deus, de vida reta, cheios do Espírito e que mesmo assim enfrentaram enfermidades, como também, situações onde Jesus não curou a todos. Isso lembra-nos da soberania de Deus, Ele faz ou deixa de fazer, sem que para isso tenha que oferecer ou dáexplicações. Com isso mais uma vez é lançada por terra a tentativa de sustentabilidade usada pela confissão positiva.
Analisando a Bíblia:2Reis 13:14-21 “Estando Eliseu padecendo da enfermidade de que havia de morrer, ...lançaram um homem na sepultura de Eliseu; e, logo que o cadáver tocou os ossos de Eliseu, reviveu o homem e se levantou sobre os pés”. Estaria Eliseu em pecado para ficar enfermo e morrer? Ou teria ele fé insuficiente? O fato é que mesmo morto o poder de Deus o usou como ponte. O apóstolo Paulo ora a Deus para o livrar de um problema pessoal, e o Senhor o respondeu: “A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co12:7-10). Outro absurdo é a declaração de um pastor da confissão positiva Pr. Jorge Tadeu: “Deus só pode dar o que Ele tem. Para Deus lhe dar uma doença teria que pedi-la emprestada ao diabo”. A lepra de Miriãfoi provocada por Deus(Nm12:10).
PROSPERIDADE
A teologia da prosperidade afirma por meio dos seus ensinamento, que o cristão deve ter vida próspera, tendo o melhor que o dinheiro possa oferecer: carros; casas boas; contas bancárias recheadas e sempre no azul. As coisas boas são para os que creem. Ser pobre, andar de carro velho ou mesmo nem o tê-lo é sinônimo de pecado ou falta de fé. Esse pensamento nos coloca em uma posição contrária ao propósito para o qual fomos chamados, tira-nos da condição de servos, para sermos servidos pelo Senhor. A palavra de Deus não traz nenhuma proibição a riquezas, o problema estar em colocá-la como meta para vida cristã e sinal de evidência de santidade e fé.
Jesus nos deixou o modelo, sendo Ele o próprio Cristo não preocupou-se com bens materiais, nascido em família humilde, não teve se quer hospedagem a não ser uma estribaria tendo como leito uma simples manjedoura e ao ser apresentado no templo, a oferta entregue por sua mãe, em cumprimento à lei foi correspondente a oferta estabelecida para os pobres Lucas 2:24. Assim foi a vida de Cristo rodeada de simplicidade. Ao assumir seu ministério, abriu mão dos mínimos recursos e convívio com sua família para dedicar-se inteiramente a causa do Pai, passando a receber doações dos discípulos e das mulheres que o serviam com seus bens( Lc 8:1-3).
Chegando Pedro e João na porta do templo, respondeu Pedro ao homem: “Não possuo nem prata nem ouro...” (Lc 3:6).
As igrejas adeptas a teologia da prosperidade oferecem cada vez mais um cardápio variado para atender a crescente procura, onde o Altíssimo é o que menos importa, afinal os clientes não estão preocupados com a adoração, com o genuíno serviço ao Deus vivo, podendo ir com dia hora marcados. Ex: Quarta-feira 19h libertação; Sexta-feira prosperidade ou mesmo há quem ofereça na sexta descarrego a escolha é do cliente, vence quem melhor divulgar, pois a demanda existe. E nesses encontros vale tudo: Sabonete do amor; rosa ungida; água do rio Jordão; vinho do casamento; palitinho de picolé para determinar que o demônio entre no palito e você possa quebrá-lo literalmente; lenço com suor; raspa da madeira da cruz. E não para por aí, todos os dias surgem novidades por mais espantosas que pareçam.
CONCLUSÃO
A teologia da prosperidade ou pensamento positivo é heresia e seus líderes são qualquer coisa menos homens ou mulheres de Deus, pois não cumprem o propósito do discipulado de Cristo, antes estão preocupados em encher seus salões cada vez maiores e bem localizados com pessoas que carecem da Verdade e clamam por respostas. O cristianismo pregado por eles é cruel, malicioso e tem enganado muita gente. Pregam um evangelho de interesse sem compromisso com a obra redentora de Deus por meio de Cristo. Eles estão em vários lugares nas esquinas, grandes avenidas, ocupando espaços antes de entretenimento ou mesmo dentro de sua casa por meio da televisão usando de fala mansa, porém sem compromisso real com o Evangelho. Examinemos aquilo que está sendo oferecido, confrontemos com a Palavra de Deus e comamos do Alimento genuíno que só Cristo tem para oferecer.
REFERÊNCIAS
ROMEIRO, PAULO. Surpercrentes:o evangelho segundo KennrthHagin. 2ª ed revisada. São Paulo: Mundo Cristão, 2007.
ALMEIDA, JOÃO FERREIRA. Bíblia de Estudo Plenitude. Barueri-SãoPaulo: Sociedade Bíblica do Brasil, 2001.







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